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SERMÃO 40

"O Censo de Israel"

Números 26:63-65
"Estes são os que foram contados por Moisés e Eleazar o sacerdote, que contaram os filhos de Israel nas planícies de Moabe junto ao Jordão, perto de Jericó. Mas entre estes não houve homem algum daqueles que foram contados por Moisés e Arão o sacerdote, quando contaram os filhos de Israel no deserto do Sinai. Porque o Senhor tinha dito deles: Certamente morrerão no deserto. E não ficou deles homem algum, senão Calebe filho de Jefoné, e Josué filho de Num." — Números 26:63-65

Chegamos a outro censo, um importante ponto de parada na marcha da história de uma nação. Isto leva nossos pensamentos de volta à antiga história bíblica conectada com o povo escolhido de Deus. Um censo foi tomado das tribos de Israel no deserto dois anos depois de terem deixado o Egito. Só contou os varões que tinham mais de vinte anos: os homens capazes de serviço ativo na guerra. Ao tomar assim um censo de seu povo, o Senhor mostrou que valorizava cada um deles. Foram registrados por suas famílias e por seus nomes; assim foram pessoalmente inscritos no livro de família do Deus vivo, e ele assim, em efeito, disse a cada um deles: "Chamei-te pelo teu nome; tu és meu". Pelo registro de cada homem por nome, ele sentiu que não estava perdido na multidão; mas foi por pessoa e linhagem possuído como um daqueles a quem o Senhor havia prometido a terra que fluía com leite e mel. Havia boa razão para tomar o número do povo justamente quando a nação estava se formando, para que no deserto pudessem ser arranjados, e organizados, e disciplinados para o conflito que jazia diante deles. Quando comandado por Deus, porque viu que grandes fins seriam servidos por isso, e quando associado com a redenção, um censo não era de modo algum arranjo nacional errado ou perigoso. Davi ordenou que o povo fosse numerado, e porque seu motivo e seu método eram errados, trouxe pestilência sobre a terra; mas, em si mesmo, o tomar de um censo era coisa sábia e útil.

Trinta e oito anos haviam passado desde a primeira numeração no Sinai, e o povo havia chegado às fronteiras da Terra Prometida; pois estavam nas planícies de Moabe junto ao Jordão perto de Jericó. O tempo havia chegado para outro censo. A sabedoria que comandou a contagem de Israel no início da jornada do deserto, também determinou contá-los no fim dela. Isto mostraria que ele não os valorizava menos que em anos anteriores; proveria prova de que sua palavra de juízo havia sido cumprida a eles; e, além disso, organizá-los-ia para o grande empreendimento de conquistar a terra de Canaã.

Deveriam ir adiante em seus exércitos para lutar com raças gigantes, e exércitos versados em guerra; deveriam desalojar nações de suas antigas fortalezas, e com a espada, destruir raças aborígenes culpadas que Deus havia condenado à destruição; e para isto sua força militar necessitava numeração e ordenação. Aqui estava boa razão para o censo, que agora, pela segunda ou terceira vez, foi cuidadosamente executado.

Nosso texto é do Livro de Números, e o livro bem responde ao seu título; pois continuamente trata de números e numerações. A numeração nesta ocasião não foi das mulheres e crianças ou dos enfermos; pois a ordem corria assim: "Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, de vinte anos para cima, segundo a casa de seus pais, todos os que em Israel podem sair à guerra". Se os números de nossas igrejas fossem tomados desta maneira, não encolheriam tristemente? Temos muitos doentes entre nós que necessitam ser carregados, e cuidados, e tratados. Metade da força da igreja vai em serviço de ambulância para os fracos e feridos. Outra diminuição de poder é ocasionada pelos vastos números de crentes não desenvolvidos, a quem o apóstolo teria dito: "Quando devíeis ser mestres, tendes ainda necessidade de que alguém vos ensine de novo os primeiros princípios dos oráculos de Deus; e vos tornastes tais como tendes necessidade de leite, e não de alimento sólido". Deveriam ter-se tornado homens, mas permanecem bebês em graça. São tristemente lentos em alcançar a plenitude da estatura de homens em Cristo Jesus. Quantos são completamente incapazes de portar armas contra o inimigo; pois necessitam ser eles mesmos guardados do inimigo! Revisar os rolos da igreja de modo a deixar ninguém senão soldados vigorosos no rol militar faria quebrar nossos corações sobre nossas estatísticas. Que o Senhor nos envie, para este mal, saúde e cura!

Quando o segundo censo foi tomado, achou-se que o povo era quase do mesmo número que no primeiro. Não fosse o castigo tão justamente infligido sobre eles, deveriam ter aumentado largamente; mas agora haviam um tanto diminuído. Eram povo rapidamente crescente quando estavam no Egito: quanto mais os afligiam, mais se multiplicavam. A família de Jacó cresceu a taxa maravilhosa desde o tempo da descida ao Egito até o tempo de deixar aquela terra. Isto mudou durante os quarenta anos do deserto; pois o todo dos homens crescidos que saíram da servidão foram julgados inaptos para entrar na terra prometida por causa da incredulidade; e estes morrendo rapidamente, o povo mal manteve seu número. É de Deus multiplicar uma nação, ou uma igreja. Não podemos esperar qualquer avanço em nossos números se entristecemos o Espírito de Deus, e se por nossa incredulidade o levamos a declarar que não prosperaremos. O crescimento de Israel cessou por quarenta anos; que nunca seja assim conosco como igreja! Diríamos com Joabe: "Agora o Senhor teu Deus acrescente ao povo, quantos quer que sejam, cem vezes mais". Que a semente justa se multiplique, e encha a terra, e a subjugue, até que seu número seja tão incontável quanto as areias da praia, ou como as estrelas do céu!

Concernente ao segundo censo de Israel, falaria convosco, visto que esta é a manhã do dia em que nosso censo britânico deve ser tomado. Que possamos reunir lições de sabedoria do tema!

I. A NOTÁVEL MUDANÇA OPERADA ENTRE O POVO PELA MORTE

Primeiro, observai com interesse, e com desígnio de serdes aproveitados — A NOTÁVEL MUDANÇA OPERADA ENTRE O POVO PELA MORTE. "Mas entre estes não houve homem algum daqueles que Moisés e Arão o sacerdote contaram, quando contaram os filhos de Israel no deserto do Sinai".

Responderam aos seus nomes, seiscentos mil e mais deles, e ali estavam em suas fileiras, cheios de vida vigorosa. Cerca de quarenta anos haviam passado, e se estes mesmos nomes tivessem sido lidos não poderia homem algum senão Calebe e Josué ter respondido à chamada. A massa inteira da nação havia sido mudada. Os velhos se foram todos; todos que estavam em seus lugares junto ao Jordão eram homens que estavam menores de idade no primeiro censo, ou que nem sequer eram nascidos naquele tempo. "Não houve homem algum deles", diz o texto; e repete a declaração: "Não ficou deles homem algum".

Tais mudanças nos atingem como as mais memoráveis. Não devem ser passadas sem observação. No curso de quarenta anos, meus irmãos, que mudanças ocorrem em cada comunidade, em cada igreja, em cada família! Um amigo me mostrou, última quinta-feira, fotografia de mim mesmo, no meio de meus primeiros diáconos. Foi tirada mal trinta e oito anos atrás, e contudo do grupo inteiro só eu sobrevivo. Aqueles associados do pregador jovem foram todos à sua recompensa. Temos retratos de outros grupos de oficiais da igreja de data posterior, nos quais estou posto no centro, e ali ainda estou; mas quase todos aqueles que uma vez me cercavam foram para casa. Aqueles que foram nossos líderes em nossos dias de luta, e que viram a mão de Deus conosco naqueles primeiros anos, estão crescendo poucos em número. Ainda não completamos os quarenta anos; mas quando tivermos feito assim, as palavras de nosso texto serão quase literalmente aplicáveis ao nosso caso como igreja. A ida e a vinda, o acrescentar e o tirar, mudaram a textura desta estrutura; e logo nenhum fio será deixado. Certamente o Senhor nos faria notar isto, para que possamos aplicar nossos corações à sabedoria. Uma operação dispendiosa, envolvendo tantas tristezas, não deve ser passada sem pensamento. Amados, nós, também, estamos passando. O pastor e seus presentes ajudadores devem eles mesmos ser convocados para casa no devido curso. A marcha das gerações não é procissão passando diante de nossos olhos, enquanto assentamos, como espectadores, à janela; mas estamos na procissão nós mesmos, e nós, também, estamos passando pelas ruas do tempo, e desapareceremos em nosso turno. Nós, também, dormiremos com nossos pais, a menos que o Senhor venha rapidamente. Ouço toque de clarim soando das sepulturas que jazem atrás de nós: "Estai vós também prontos". Do último sepulcro fechado vem a advertência profética: "Põe em ordem a tua casa; porque morrerás, e não viverás".

Esta mudança foi universal através de todo o acampamento. Houve mudança até mesmo nos enumeradores. O censo do Sinai havia sido tomado por Moisés e Arão; e agora Moisés apenas permanece tempo suficiente para tomar seu lugar de liderança; mas seu irmão Arão não está ali; o sumo sacerdote de Deus subiu ao monte Hor, foi despido de suas vestes, foi sepultado e pranteado por todo Israel, e agora Eleazar seu filho está diante do Senhor no lugar de seu pai. Assim foi entre os outros sacerdotes e levitas e anciãos do povo. Houve mudança por toda parte: entre os habitantes mais pobres naquela cidade de lona e entre os príncipes que habitavam sob os estandartes das tribos, todos haviam mudado. "Não ficou deles homem algum". Assim é entre nós mesmos: nenhum ofício pode ser permanentemente ocupado pelos mesmos homens: "não é permitido que continuem por razão da morte". Nenhuma posição, por mais elevada ou baixa, pode reter seu velho possuidor. Não é só os cedros que caem, mas os abetos sentem o machado. "Não há dispensa naquela guerra". Aquela mesma foice que corta a flor elevada entre a grama, também varre regimentos inteiros de lâminas verdes. Vede como jazem juntos em longas fileiras, para murchar em decadência comum! Através de todo o corpo esta mudança está gradualmente ocorrendo. Homem algum pode escalar a rocha da imortalidade, e assentar-se ali em meio ao mar agitado, e dizer à morte: "Tuas ondas não podem alcançar-me aqui!" Embora vigoroso em saúde, embora sólido em constituição, embora guardado por toda a armadura da ciência da saúde, vós também deveis cair pelas flechas do arqueiro insaciável. "Está ordenado aos homens morrerem uma vez".

A mudança é inevitável. O homem que nasce de mulher tem que ser de poucos dias. Se não fosse pelo grande pecado de Israel em Cades, muitos do povo poderiam ter vivido até o segundo censo, e além dele; mas mesmo então se por razão de força suas vidas tivessem sido alongadas, ainda teriam logo morrido no curso ordinário da natureza. Se quarenta anos não tivessem sido designados como o fim daquela geração, contudo sem aquela designação todos teriam passado noutros vinte ou trinta anos. Como Moisés disse em seu salmo do deserto: "Os dias de nossos anos são setenta anos; e se por força chegarem a oitenta anos, contudo sua força é labor e tristeza; pois logo é cortada, e voamos". Devemos logo deixar nossas tendas para a última batalha. Quando o número do conscrito for tirado podemos escapar este ano, e o próximo; mas o lote cairá sobre nós no devido tempo. Não há saltar da rede da mortalidade na qual, como cardume de peixes, estamos todos encerrados. A menos que nosso Senhor venha logo acharemos cada um uma sepultura; pois, como o sábio diz: "Todos são do pó, e todos voltam ao pó novamente". "Morrendo certamente morreremos, e somos como água derramada no chão, que não pode ser reunida novamente". Portanto curvamo-nos sabiamente diante do decreto severo, e entregamo-nos à morte.

Mas não esqueçamos que toda esta mudança estava ainda sob o controle divino. Embora o povo devesse passar, ainda a mão do Senhor estaria em cada morte e suas circunstâncias. Se não cai um pardal ao chão sem o conhecimento de nosso Pai, podemos ter certeza de que homem algum morre sem a vontade de Deus; homem algum é levado ao seu lar duradouro a menos que o Senhor tenha dito: "Voltai, filhos dos homens".

"Que pode preservar minha vida, ou que destruir?
O braço de um anjo não pode arrebatar-me da sepultura —
Legiões de anjos não podem confinar-me ali."

Criar e destruir são prerrogativas exclusivas do Rei dos reis. Até que ele fale a palavra, não vivemos; ou vivendo, não morremos. Andando no meio de dez mil feridos pela praga, estamos seguros até Deus designar nossa remoção. Concernente aqueles que dormem, sabemos que não morreram sem a vontade de nosso Pai: concernente nosso tempo também, sabemos que não seremos os brinquedos do acaso, ou as vítimas do destino. Um Deus sábio e amoroso fixa a data e lugar de nossa morte; pois "preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos". Severa embora a obra possa ser, seu grande e terno coração governa as devastações da morte. Sejamos portanto confortados concernente às grandes mudanças que a morte está operando. Aqui não há causa para lágrimas, como se fôssemos deixados no poder de um monstro, e despojados do cuidado de um Pai. O Senhor ainda está governando, e nada acontece senão como ele designa.

Além disso, a mudança foi benéfica. Foi bom que a primeira geração morresse no deserto. O povo que havia estado acostumado à servidão no Egito havia adquirido os vícios de escravos; e quando saíram da casa da servidão eram temerosos, inconstantes, criaturas de apetite, e vítimas de pânico, egoísmo, e descontentamento. Tinham todos os vícios de raças sujeitas, e eram igualmente destituídos de virilidade e autocontrole. Eram logo intimidados pelo medo e confundidos pela dificuldade. Eram facilmente persuadidos, e tão facilmente dissuadidos. Eram povo do qual nada podia ser feito. Até o ensino divino no qual Moisés e Arão estavam engajados, e no qual milagres, e tipos, e leis eram empregados, não podia ensinar-lhes nada de modo que realmente o soubessem. Para fazer nação que pudesse preservar a adoração do único Deus no mundo, a geração que saiu do Egito devia morrer. A mancha da escravidão e idolatria devia ser diminuída se não pudesse ser totalmente removida. Era desejável que houvesse povo treinado em melhor escola, com espírito mais nobre, apto para tomar posse da terra prometida. A mudança estava operando corretamente: o propósito divino estava sendo cumprido. Pode ser, não pensamos assim das mudanças que estão ocorrendo nas comunidades às quais pertencemos. Mal pensamos que homens melhores estão vindo; até tememos que a raça vindoura seja mais fraca que a presente: mas então, não somos juízes justos; pois somos preconceituosos em favor de nossa própria geração. Não duvido que Deus intente bem a sua própria igreja, e que a realização de seus propósitos eternos requer que os homens venham e vão, e que assim a face da sociedade seja mudada. É bom que a idade do homem não seja tão protrata quanto nos dias de Matusalém. Um mestre influente pelo erro morre e é esquecido; um pecador pestilento pelo vício passa, e o ar cresce puro. Imaginai um jogador com quinhentos anos de astúcia para guiá-lo, ou um libertino fétido com seiscentos anos de devassidão! Certamente os limites estreitados presentes da vida humana são demasiado largos para os depravados! Não precisamos desejar gigantes de iniquidade tais como séculos de vida produziriam. A entrada de sangue novo na estrutura social é boa de mil maneiras: é bom que devamos fazer lugar para outros que possam servir nosso Mestre melhor. Deus conceda que possam! Nossa oração é: "Apareça aos teus servos a tua obra, e a tua glória aos filhos deles". Estamos contentes de tomar a obra se nossos filhos puderem contemplar a glória: alegramo-nos de sair para que possam subir sobre pedras de pisar de nossas vidas acabadas a coisas mais nobres.

Outra observação não posso deixar de fazer, e é que estas mudanças são sumamente instrutivas. Se estamos agora servindo a Deus, façamo-lo com fervorosa seriedade, visto que só por pouco tempo teremos a oportunidade de fazê-lo entre os homens. "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque na sepultura, para onde vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria". Vivei enquanto viverdes. Ao mesmo tempo, fazei planos para influenciar a geração que se levanta. Disponde-vos a trabalhar enquanto é chamado hoje. Se algo deve ser feito, seria bom que fosse feito rapidamente. Se desejamos que a verdade conquiste, e o evangelho prevaleça, lutemos as batalhas do Senhor agora; e se desejaríamos ver a verdade prevalecer depois de partirmos, busquemos jovens fiéis, que ensinarão outros também, para que o testemunho pelo Senhor Deus de Israel não se extinga da terra. Devemos logo deixar o campo. Que cada homem ponha em ordem sua casa, pois deve logo deixá-la para ser contemplada pelos olhos de estranhos. Vejamos que nossa obra de vida seja arredondada e bem-acabada, para que na inspeção dela por nossos sucessores possam dizer de nós: "Ele, estando morto, ainda fala". Como devemos logo partir dentre os viventes, abençoemo-los enquanto pudermos. Levantai-vos, vós santos, e apressai-vos; pois o dia está gasto, e as sombras da tarde estão caindo. Oro para que possamos aprender bem esta primeira lição de nosso texto. Ó Espírito da vida, ensina-nos vida até pelas obras da morte!

II. A PERPETUIDADE DO POVO DE DEUS

Segundo, temos aqui diante de nós A PERPETUIDADE DO POVO DE DEUS. Houve mudança nos elementos constituintes da nação israelita, mas a nação ainda estava ali. Não havia um homem ali que foi contado trinta e oito anos antes, salvo Calebe e Josué, e contudo a nação era a mesma. Perguntais por Israel? Ali está. Balaão pode ver o povo do topo da colina, e são o mesmo povo que Faraó perseguiu ao Mar Vermelho. A nação está vivendo, embora uma nação tenha morrido. É a mesma semente escolhida de Abraão com quem Jeová está em aliança. Deus tem igreja no mundo, e terá igreja no mundo até o tempo não seja mais. Os portões do inferno e as mandíbulas da morte não prevalecerão contra a igreja, embora cada um de seus membros deva partir deste mundo em seu turno.

Notai bem, que "a igreja no deserto" vive. Há as mesmas doze tribos, os mesmos estandartes encabeçando as tribos, o mesmo tabernáculo no meio do exército, e o mesmo sacerdócio celebrando serviço sagrado com pompa solene. Tudo mudou e contudo nada se alterou. Deus construiu sua santa habitação sobre fundações que nunca podem ser removidas. Embora os homens que portam a arca da aliança do Senhor usem outros nomes, contudo cumprem o mesmo ofício. A música do santuário sobe e desce, mas o canto prossegue. O aleluia nunca cessa, nem há pausa no coro perpétuo: "Sua misericórdia dura para sempre".

As lacunas foram preenchidas por sucessores designados. Como um guerreiro morria outro homem entrava em seu lugar, assim como uma onda morrendo na praia é perseguida por outra. Os homens não foram todos varridos de uma vez, mas por graus perceptíveis. Às vezes vinha destruição horrível e súbita, como quando Corá, Datã, e Abirão desceram vivos ao abismo; mas, como regra, o povo definhava gradualmente, como fruto maduro cai das árvores, e eram sucedidos por outros como as folhas que caem no outono têm os botões da primavera justamente abaixo delas. Na igreja de Deus um morre na ordem da natureza, mas outro nasce no reino pelo poder da graça. Falta-nos alguma mulher cristã útil, e a lamentamos; mas antes de muitos dias outra irmã é preparada pelo Senhor para servir em seu lugar. O batismo pelos mortos nunca cessa entre nós. Um irmão honrado adormece, e o levamos à sepultura; e possivelmente tememos que nenhum outro possa fazer sua obra, e preencher a vaga que deixa. Talvez ninguém possa fazer a mesma obra; mas contudo, de alguma outra maneira ou forma, a obra é feita; e ainda as vinhas são podadas, as ovelhas são alimentadas, e os cordeiros são acariciados. Nenhum homem morto jaz no caminho para parar a marcha do exército, como fez o cadáver de Amasa, que jazia ensanguentado na estrada nos dias de Davi. O exército escolhido ainda marcha. Assim como as estrelas em seus cursos, ainda nos movemos. Deus enterra seus obreiros, mas sua obra vive.

No caso de Israel as lacunas foram preenchidas por seus próprios filhos. Como estes homens passaram seus filhos tomaram seus lugares. Recomendo-vos, meus irmãos, este fato como vosso encorajamento em oração por vossos filhos. Oh, que o Senhor derramasse seu espírito sobre nossa semente, e sua bênção sobre nossa prole! Oh, que todo santo aqui possa ser sucedido por seus próprios descendentes! Este é o modo frequente do Senhor de manter viva a sucessão graciosa. Abraão se foi, mas Isaque ainda acende o fogo do altar. Numa velhice cega Isaque é reunido a seus pais, mas Jacó adora "o temor de seu pai Isaque". Jacó recolhe seus pés no leito, mas Judá e José, e o resto deles, continuam como sal na terra. Oh, que possa ser assim em todas as nossas famílias! Que nunca nos falte homem para estar diante do Senhor Deus de Israel para testificar por ele! Entre todas as honras que Deus pode pôr sobre nossas casas penso que esta é a maior, que devamos ter em nossas famílias sucessão de santos. Não é pequeno privilégio olhar para trás e recordar nossos antepassados que temeram o Senhor: possamos também olhar adiante com esperança de que, se esta dispensação durar, possa ainda haver alguns de nosso nome, portando nosso sangue em suas veias, que sejam chamados por graça soberana ao serviço que amamos tão bem. Buscai além da congregação por novos convertidos, mas não esqueçais de olhar dentro de vossas próprias portas para os maiores acréscimos à igreja. Esperai que vossos filhos e filhas segundo a carne possam nascer na única família no céu e terra", que porta o nome de Jesus. Orai para que vossos filhos possam ser filhos de Deus, e possa vossa oração subir com aceitação aos ouvidos do Senhor nosso Deus, cuja misericórdia é sobre filhos de filhos dos que o temem, e guardam sua aliança!

Todos os ofícios de "a igreja no deserto" foram preenchidos com homens aptos. Contemplai Arão, em suas vestes de glória e beleza! Que homem é ele para ser o Sumo Sacerdote! Com que graça e dignidade preside! Morre: não falhará o sacerdócio? Não, meus irmãos. Ali está Eleazar, que ocupa o lugar de seu pai muito dignamente. Moisés também passa. Não há ninguém como Moisés. É rei em Jesurum, sem par ou rival. Os judeus têm tradição de que quando foi chamado para subir ao topo de Nebo para morrer, o povo o seguiu colina acima, as mulheres batendo em seus peitos, e proferindo lamentos amargos, enquanto os homens fortes curvaram-se com pesar, e clamaram: "O pai da nação deve ser levado! Ai, que faremos?" Foi ordenado a deixar o povo na encosta da montanha, e subiu sozinho ao lugar onde Jeová beijou sua alma, e assim passou ao seu descanso. Verdadeiramente foi grande perda, mas o Senhor achou homem para seguir Moisés. Josué não era igual a Moisés em muitas coisas; e contudo para a obra que tinha que fazer era homem muito mais apto que Moisés. Os tempos eram vermelhos de guerra, e Josué era mais capaz que Moisés de lutar contra os cananeus e conquistar a terra. Josué era o homem da espada, como Moisés havia sido o homem do livro. E Deus preencherá todo ofício em sua igreja, não como vós e eu poderíamos desejar, mas como sua sabedoria infinita determina. Portanto sejamos de bom ânimo, e não temamos falta.

Nesta segunda numeração, o povo estava pronto para maior obra que jamais haviam feito antes. A primeira numeração achou-os aptos para o deserto: a segunda numeração achou-os prontos para a captura da boa terra e Líbano. Deus havia estado preparando-os, por quarenta anos de marcha, para seu novo empreendimento, e para desenvolvimento em nação. Que apraza ao Senhor fazer sua igreja pronta para a vinda de seu Senhor, e para a salvação de nações! Se dias mais brilhantes estão alvorecendo, a igreja será preparada como noiva para seu esposo; e se tribulação vier para provar toda a terra, ela será fortalecida como mártir para a queima. O Senhor a guarda: para que nada a fira ele a guardará noite e dia.

Era alegria de Israel que o amor de Deus não foi retirado da nação. O Senhor ainda possuía as tribos como seu povo. Sua glória estava ainda sobre o propiciatório, e sua coluna ígnea e nebulosa ainda guiava suas marchas ou fixava suas paradas. Ainda o maná caía do céu, e ainda bebiam da água da rocha ferida. Assim o Senhor tem igreja ainda, e é sempre a mesma igreja, amada de seu senhor, habitada por seu Espírito, e dedicada ao seu louvor. Tomemos coragem: a igreja não é destruída. Muitas mudanças ocorrem, e muitas tristezas estão envolvidas nisso, mas a igreja de Deus é tão sempre-vivente quanto sua Cabeça imortal, que declarou: "Porque eu vivo, vós também vivereis". Ainda, suas estrelas são a esperança da noite do mundo, e seus anjos são os arautos da manhã eterna. Ela segue o cordeiro sangrante, que é a doutrina de seu ensino, o modelo de seu agir, a glória de sua esperança.

III. A IMUTABILIDADE DA PALAVRA DE DEUS

Terceiro, deixai-me trazer diante de vossas mentes A IMUTABILIDADE DA PALAVRA DE DEUS. Isto percebemos no último versículo. "Porque o Senhor tinha dito deles: Certamente morrerão no deserto. E não ficou deles homem algum, senão Calebe filho de Jefoné, e Josué filho de Num".

Notai quão imutáveis são as ameaças do Senhor. "Entre estes não houve homem algum daqueles que Moisés e Arão o sacerdote contaram. Porque o Senhor tinha dito deles: Certamente morrerão no deserto". Tomai nota disto, vós que pensais que a palavra de Deus pode falhar: não sabeis o que sonhais. Suas palavras de ira justa não são perdidas: matam como com espada de dois gumes. O versículo diz: "Não ficou deles homem algum". Aqueles que o Senhor havia condenado a morrer, nada podia manter vivos. Portanto, não imagineis, ó vós que não obedeceis ao Senhor, que ficareis impunes! Os incrédulos eram muitos, contudo nenhum escapou. "Ainda que se unam mãos a mãos, o ímpio não ficará impune". Os rebeldes eram maioria terrivelmente grande, mas as multidões no caminho largo não o tornam mais seguro. Deus não tem respeito por multidões; "Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus". Aqui ultrapassaram os fiéis mais de dez mil vezes; e contudo a justiça de Deus não poupou um deles. "Não ficou deles homem algum". Como pode qualquer de vós esperar escapar? "Tua mão achará todos os teus inimigos". O pecador mais soberbo será abatido: os trovões de Jeová abaterão cada transgressor individual, e ninguém sairá livre no dia da ira de Deus.

Foi longo tempo antes de todos os pecadores morrerem; mas a longanimidade de Deus teve seu limite, e no fim todo rebelde morreu no deserto. Viveram, alguns deles, por todos os quarenta anos; mas não puderam passar o limite. Talvez disseram: "Ah! esta proibição de Deus nunca tomará efeito sobre nós". Contudo, antes dos anos terminarem, os sobreviventes da raça condenada tiveram que compartilhar o destino comum. Não um homem daqueles que Moisés e Arão contaram no Sinai pôde passar a linha de fogo que fechou os quarenta anos. Deus espera, espera em misericórdia infinita; mas o castigo dos ímpios não é menos certo. "Seu pé escorregará no devido tempo". "O Senhor armou seu arco, e o preparou", e quando sua hora chegar, acharão que não é negligente concernente a sua palavra. Não, oro-vos, duvideis da terrível certeza das ameaças divinas porque demoram em tomar efeito. Não digais: "Onde está a promessa de sua vinda?" Ele virá; e quando vier será "em fogo flamejante tomando vingança sobre os que não conhecem a Deus, e que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo".

Alguns da geração incrédula eram, sem dúvida, cheios de vigor, e disseram: "Somos tão fortes quanto o velho Calebe, e tão prováveis quanto ele de cruzar o Jordão. Nossos olhos são tão claros quanto os de Moisés, e sobreviveremos os quarenta anos designados a nós". Mas a morte resfriou os carvões de zimbro, e apagou sua chama veemente. O homem robusto de guerra depôs suas armas, vencido pelo inimigo inconquistável dos homens. "Não ficou deles homem algum". Quão como toque fúnebre aquelas palavras soam em meus ouvidos! Os poderosos no dia da batalha não eram mais poderosos quando sua hora havia chegado. "Não puderam entrar por causa da incredulidade"; mas "suas carcaças caíram no deserto". Todos os seus dias foram passados na ira de Deus. Cuidado, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, e não haja quem vos livre. É vão para vós alimentar esperança, "maior" ou menor, se morrerdes em vosso pecado. A justiça do Altíssimo não pode ser escapada. Naquele último grande dia, quando o trono for posto, e cada homem der conta das coisas feitas no corpo, quer sejam boas ou más, o estrito Juiz de modo algum absolverá o culpado, mas serão expulsos em sua ira ao lugar onde seu verme não morre, e seu fogo não se apaga. Oh que fugísseis a Cristo por refúgio! Olhai à sua cruz, rogo-vos, para que possais ser salvos!

Como o Senhor cumpriu suas ameaças, assim fez com que suas promessas se cumprissem. Calebe viveu, e assim fez Josué. Estavam frequentemente em perigo. Não tomaram os rebeldes pedras para apedrejá-los? Estavam frequentemente perto da morte: Josué era comandante-em-chefe do exército, e Calebe era homem de guerra desde sua juventude. Suportaram os riscos comuns de soldados; mas nada podia matá-los, pois Deus havia prometido que entrariam na terra. Creram em Deus e o honraram por sua conduta, e portanto ele os guardou até a hora chegar de ir à terra para possuí-la. Havia só dois deles; mas Deus não os olhou por cima por isso. Ele guarda aliança com indivíduos assim como com nações. Não eram homens que se mantinham fora do caminho do perigo, nem eram timoratos, e portanto temiam avançar suas opiniões. Sem dúvida vieram para receber porção especial de inveja e malícia, mas sua recompensa com Deus era certa. Se credes em Jesus, embora fôsseis o único de vossa família, contudo sereis salvos. Embora não conheçais nenhum de vossos parentes e conhecidos que temam o Senhor, contudo o Deus de Israel não esquecerá o solitário que é separado de seus irmãos. Embora os fiéis se tornassem tão poucos que todos os santos juntos só fizessem punhado, contudo está escrito: "Não temais, pequeno rebanho; porque é do agrado de vosso Pai dar-vos o reino".

A palavra de Deus permanece. "A erva murcha, e a sua flor cai: mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que pelo evangelho vos foi pregada". As ameaças e promessas de Jeová são de força igual. "Acaso disse ele, e não o fará?" Não haverá mudança até mesmo a um jota ou til neste livro maravilhoso. Deus não permita que comecemos a duvidar dele; pois se começarmos uma vez, onde terminaremos? Com esta confirmação impressionante diante de nós, cremos que a palavra do Senhor deve permanecer. Sejamos como o homem que o Senhor abençoa, porque, diz ele, "ele treme à minha palavra".

IV. A NECESSIDADE PERMANENTE DA FÉ

Nosso último ponto é este: aprendei de meu texto A NECESSIDADE PERMANENTE DA FÉ. Aquele povo saiu do Egito com Moisés, e foi todo batizado em Moisés na nuvem e no mar quando saíram para o deserto. Ter-se-ia esperado que todos marchassem a Canaã, mas não foi assim. O primeiro censo é tomado, seus nomes estão no rol; mas, triste dizer, na próxima numeração todos aqueles nomes desapareceram. Que diferença entre o rol da igreja no Sinai e o livro da vida junto ao Jordão!

Se professais ser o povo de Deus, contamo-vos entre seus filhos: sois escritos entre os viventes em Sião; mas que coisa horrível seria se vosso nome não fosse escrito no Livro da Vida do Cordeiro no final! Que se devêsseis jazer na eira na grande pilha antes do joeiramento, mas devêsseis partir com a palha tão logo o Senhor tenha vindo, "cuja pá está em sua mão"! Oh, que nenhum de nós possa provocar o Senhor a jurar em sua ira que não entraremos em seu descanso!

Aprendei, primeiro, que homem algum é, foi, ou jamais será salvo sem fé. "Aquele que não crê será condenado" é a declaração solene de nosso Senhor. Está escrito: "Aquele que não crê já está condenado, porque não creu no nome do unigênito Filho de Deus". Isto é tão verdadeiro hoje quanto quando foi primeiro falado.

Aprendei, em seguida, que privilégio algum pode suprir a falta de fé. Lemos que ouviram, como fazeis vós; mas "alguns, quando haviam ouvido, provocaram". Sua provocação jazia principalmente em sua incredulidade. Nenhum ouvir, não, nem ouvir os próprios apóstolos, poderia salvar-vos sem fé. "A palavra pregada não lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram". Ouvir pode ministrar à condenação se a verdade não é crida.

Este povo foi certo caminho com Moisés para o descanso prometido do Senhor. De fato saíram do Egito, foram numerados com o povo de Jeová, na numeração no Sinai, foram separados de todo o mundo na quietude do deserto; mas lemos que havia neles "um coração mau de incredulidade, apartando-se do Deus vivo". Em coração voltaram ao Egito.

Não é bastante começar bem: "aquele que perseverar até o fim será salvo", e nenhum outro. Tinham cerimônias em abundância, mas não foram salvos por elas. Tinham os cordeiros da manhã e da tarde; eram circuncidados; comeram a Páscoa; guardaram o Dia da Expiação; mas todas estas coisas juntas não os salvaram de morrer no deserto, excluídos de Canaã pela incredulidade. "Não puderam entrar por causa da incredulidade". Nada pode compensar a ausência de fé. Não tinham nada para fazer o dia todo no deserto, senão aprender as lições de Deus. Tinham tempo para pensar, e tinham os melhores mestres para instruí-los, e os melhores livros escolares na lei cerimonial, e contudo seu conhecimento não os preservou de deixar suas carcaças no deserto. Tinham muito tempo para meditação e contemplação; não tinham cuidado sobre coisas temporais, pois seu pão lhes era dado, e suas águas eram certas; e contudo por causa da falta de fé não aprenderam aquela verdade elementar que lhes teria ministrado entrada no descanso.

Mas ninguém pereceu que tinha fé; não, nem um. Todos aqueles que creram em Deus, e se apegaram a ele, foram feitos herdeiros da terra. Calebe e Josué — estes dois viram a terra, e tomaram seus lugares nela. Se crês, qualquer que seja teu nome, serás salvo; pois "aquele que crê e for batizado será salvo". Está escrito: "Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo". Calebe e Josué pela fé entraram na terra prometida aos pais, e tu, meu ouvinte, só podes entrar pela fé. Tende fé em Deus, e tereis todas as coisas; mas sem fé é impossível agradar a Deus.

Notai isto: enquanto foi só a fé que os salvou, a fé deu a estes homens caracteres notáveis. Lemos de "meu servo Calebe". Aquele que crê em Deus torna-se servo de Deus, e conta toda alegria obedecer a seu Senhor. A fé é a mãe da obediência. O Senhor disse que Calebe "tinha outro espírito com ele": a fé põe espírito totalmente outro num homem: não é espírito murmurador ou amotinado; não é espírito ingrato ou desconfiado; nem é espírito altivo, obstinado, rebelde; mas é espírito de amor, de esperança, de confiança em Deus. O homem fiel é de outro espírito daquele do mundo; pois o Espírito Santo habita nele. Tal homem escolhe o caminho de Deus, de modo que o Senhor diz: "Ele me seguiu plenamente". Isto foi bem: é sábio não correr adiante de Deus, nem correr para longe de Deus, mas segui-lo passo a passo. É sábio não seguir homem mas seguir totalmente o Senhor. É louvável segui-lo plenamente com passo indiviso, inabalável, inquestionável, incansável. O Senhor verá que seu servo Calebe entra em seu descanso: há descanso para bons servos. Como Calebe seguiu o Senhor plenamente, foi apropriado que entrasse onde seu Senhor habita. Homens de fé não são homens ociosos, mas servos: não são homens perversos, mas seguem o Senhor; não são homens de meio coração, seguem-no plenamente. Não é sua santidade que os salva; mas sua fé os salva: não obstante, onde não há santidade, não há fruto de fé, e nenhuma evidência de salvação.

Quanto a Josué, era como Calebe. Era homem bravo e verdadeiro, verdadeiro servo de Deus; e embora tenhamos sua vida dada algo em extensão, contudo não descobrimos falha em seu caráter. É quase coisa rara na Palavra de Deus achar vida escrita em qualquer extensão sem registro de enfermidade e pecado; pois as biografias da Escritura são verdadeiras, e mencionam as faltas dos homens assim como suas virtudes. Como não há falha registrada na carreira de Josué, reunimos que era de caráter nobre. "O Senhor disse a Moisés: Toma Josué filho de Num, homem em quem há o espírito, e põe tua mão sobre ele". De modo que a fé que levou estes dois homens a Canaã era neles a criadora de caráter nobre.

Ora, que dizeis, amados amigos? Credes em Deus? Credes em Sua Palavra? Ou sois de espírito capcioso e duvidoso? Credes como crianças? É Deus vosso Pai, e portanto é Sua Palavra a Palavra de vosso Pai, a qual não podeis pensar em questionar? Seguireis o Cordeiro para onde quer que vá, contra gigantes ou cananeus? Crereis em Deus, qualquer coisa que lhe dê a mentira? Se assim é, habitareis na terra que flui com leite e mel, e tereis vossa porção quando o Senhor aparecer. Mas se não credes verdadeiramente, qualquer que seja a profissão que façais, vossas carcaças devem cair no deserto. Ai de mim que tenho que entregar tal profecia! Maior ai para vós se for cumprida em vós. Crede no Senhor, e prosperareis. Hoje enquanto vos preparais para o censo da nação, pensai no tempo quando Deus fará sua última conta de nativos em sua santa cidade. Sereis numerados com seu povo, ou vossos nomes serão deixados de fora na leitura do rol militar? Deus nos dê lugar entre seus remidos, e ao seu nome seja glória para sempre e sempre! Amém.

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